sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

A época natalícia em Timor


Com algum lamento vos digo que não passei o natal tão junto dos timorenses como desejaria. Entre viagens da capital à ponta leste do país (e vice-versa), falo do seu Natal como uma estrangeira atenta, mas distante do seu quotidiano.

Posso partilhar convosco o que aqui pude observar, mas que é certamente uma descrição muito à quem do que realmente os timorenses vivem.

Uma das manifestações mais evidentes são os presépios montados nas bermas das estradas junto das populações e/ou (no caso de Dili) em zonas em que há circulação de gente e carros (como rotundas). Os jovens e crianças tomam a seu cargo a tarefa da sua montagem. Orgulham-se da sua “obra de arte” e demonstram-no com a sua presença no local durante grande parte do dia. Existe um espírito competitivo saudável que se traduz na panóplia variada de materiais e mecanismos que adicionam à sua montagem, seja com estrelas penduradas em locais altos, ou com iluminações ou por exemplo com música incluída, onde depois se divertem a dançar.

Em Dili existe outro passatempo adicional que são os engenhos explosivos que as crianças fazem explodir desde sua casa e ruas da cidade. Trata-se de uma prática perigosa que pode causar acidentes graves.

Comparar o natal lusitano com o timorense é algo difícil. Primeiro porque o clima é tropical, para quem está habituado à época natalícia numa parte do globo com quatro estações, em que Dezembro é pleno Inverno. Os pequenos fogos de artifício dão-lhe igualmente um ar de ano novo, Carnaval ou S. João. A maior diferença será, contudo, estarmos longe dos nossos familiares e amigos. Por isso, a todos vós vos envio um xi-coração bem forte e quentinho.

Sem comentários: