terça-feira, 27 de novembro de 2007

O desvairo de concretizar os sonhos

Todos nós temos sonhos. Eles estão impressos algures, dentro de nós. De vez em quando vêm à superfície solicitando-nos que os tornemos exteriores a nós, pedindo-nos que os levemos a cabo. Quantas vezes lhes dissemos: “Fica para mais tarde, fica para depois. Agora não pode ser. As circunstâncias não o permitem.” Por quanto tempo vamos manter este discurso de adiar repetitivamente o que o nosso eu mais íntimo nos incita?

Partilho contigo as sensações que me ocuparam no momento de viver as experiências libertadoras de ousar concretizar os sonhos que transporto dentro.

Envolve medo, angústia pela incerteza do que está no topo da montanha, que é o sonho a concretizar e principalmente que escolhos vamos encontrar no caminho. Esse sentimento ocupa-nos e prende-nos os movimentos. Temos receio de sofrer, daquilo que temos de largar mão se nos arrojarmos a fazer a viagem (seja ela geográfica ou interior). E sabemos que se ficamos no mesmo lugar onde nos encontramos, sempre nos questionaremos: “Como seria a minha vida se arriscasse concretizar este e aquele sonho”. E a angústia vai aumentando de volume e tamanho, tornando-se numa camisa de forças. Os que nos rodeiam começam a perceber que algo dentro de nós começa a levar-nos para longe. É natural que os que nos amam quando são elucidados do lugar onde estamos quando o pensamento voa, se assustem. É natural que eles sejam os primeiros a apertar mais a camisa de forças que transportamos. Questionamo-nos se estamos a ficar loucos. Questionamo-nos se vale a pena. Principalmente porque saberemos que muitos dos que amamos sofrerão com os riscos de trilhar alamedas novas e desconhecidas também para eles.

Posso confidenciar-vos que mais de um par de vezes saltei para o vagão do comboio que me conduz na concretização de sonhos que carrego dentro. São decisões ponderadas, muito digeridas, que levam o seu tempo a amadurecer. Um turbilhão de sentimentos me invadiram, como os que acabei de descrever. E no momento em que decido - em que me digo: “É agora! Aqui vou eu!!!!!!!!”- sinto um frio na barriga. É semelhante à sensação que se experimenta quando pela primeira vez saltamos de uma prancha para a água. As seguintes decisões, de concretizar os demais sonhos, continuam a provocar esse gelar no estômago. Curiosamente, à medida que vamos concretizando os restantes sonhos, a prancha parece ir subindo de altura!!! Creio que se deve aos sonhos seguintes implicarem maior arrojo, pelos desafios que abarcam. Deve-se igualmente à maturidade. Ela traz lucidez e consequente consciência mais abrangente das implicações de cada decisão. Por isso as sensações não diminuem, mas vão aumentando de intensidade.

Não deixes que as vozes derrotistas transformem os teus sonhos em fumo. Não deixes que os ridicularizem. Eles são teus! Trata-os bem! Com carinho e com orgulho. Nada é impossível, nada. Basta acreditar, basta crer com toda a nossa alma. Basta valorizar o melhor que temos e nos rodeia. Basta partir dessa capacidade de agradecer tudo o bom que temos. Estamos neste mundo para ser felizes. Cada minuto que passa recorda-nos isso. Tik tak, tik tak, tik tak. É hora de ser feliz. É hora de dar os passos na construção dessa felicidade. A felicidade não é um momento, um instante. A felicidade é a alegria de percorrer o caminho direccionando-nos na construção dos nossos sonhos. Existem momentos em que duvidamos, em que fraquejamos. É normal, faz parte do processo. São momentos fulcrais de realinhamento, de tirar de novo as coordenadas e reajustar o itinerário.

Envolve os que amas nesse percurso. Independentemente de estarem longe ou perto, de temerem que sofras, eles torcem por ti. Não deixes de seguir os teus sonhos porque achas que vais fazer sofrer os que amas. Porque eles só serão plenamente felizes se tu o fores! E isso sim é a prosperidade!!!!!!!!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Amei as tuas palavras e revi as viagens que já fiz no calcorrear das ilusões que se transformaram em realidade.. é mesmo assim e só assim que vale a pena viver, acreditando que estamos cá para ser felizes sempre:)
Beijos muito grandes e aquele abraço !
Ana Rita

Teresinha disse...

Oh, amiga, que palavras lindas e sábias!
Revi-me em cada ponto e cada vírgula. Em cada medo e emoção.
E vejo-te a ti, determindada e com um desejo enorme de ser feliz!
É isso mesmo que desejo para ti, que sejas muito, muito feliz! Mereces!
Adoro-te!

Teresa